Olá, pessoal. Me atrapalhei aqui e fiquei dias tentando postar e não conseguia. Platô em mim!!! Recuperada, envio um vídeo(parte 1 e 2) de uma palestra. À luz das teorias e abordagens sobre currículo, produzam um texto(até 4 parágrafos, 30 linhas total) analisando o discurso do palestrante em questão. Postem aqui em forma de comentários.
DICA DE KARLA FREITAS: ANALISAR É NÃO SÓ DECOMPOR E DISCERNIR AS DIFERENTES PARTES DE UM TODO, MAS TAMBÉM RECONHECER AS DIFERENTES RELAÇÕES QUE ELAS MANTÊM, QUER ENTRE SI, QUER COM O TODO. EM OUTRAS PALAVRAS, ANALISAR É OUSAR ENFRENTAR A COMPLEXIDADE, É FAZER-SE "ENGENHEIRO DO SENTIDO".
O papel da escola, as práticas docentes geram muitos debates e muitos deles são controversos. Por exemplo, alguns acreditam que a escola é salvação das mazelas de nossa sociedade pós-moderna, por outro lado, alguns advogam que a escola é responsável, em grande parte, por estas mesmas mazelas.
ResponderExcluirO vídeo em questão tenta passar a ideia de que a escola mata a criatividade das crianças. O palestrante Ken Robinson afirma que arrancamos cruelmente a curiosidade latente das crianças. E se a escola propiciar condições tais que a criatividade delas se desenvolva, então, elas serão pessoas de sucesso. Mas será isto verdade? Se a escola é responsável por esta crueldade, porque o ser humano tem se mostrado tão criativo? E isto se dá apenas fora da escola? A escola visa à formação de pessoas de sucesso?
É claro que o vídeo nos chama atenção para o problema de se optar por um currículo, o currículo prescrito. Robinson afirma que, em diversos países, adota-se uma hierarquia de disciplinas na qual estão no topo a matemática e as línguas. Também, afirma que a função da escola pública é produzir professores universitários, é preparar pessoas para o mercado de trabalho. De fato, é evidente que há uma opção curricular e, consequentemente, uma pretensa homogeneização de cultura que exclui àqueles que não de adequam a esta opção.
É evidente que há necessidade de se ter professores capacitados que tenham condições de criar um ambiente no qual a criatividade latente das crianças se desenvolva. Professores com sensibilidade tal que tenham condições de valorizar as habilidades dos educandos, sejam elas quais forem. O erro deve ser uma boa oportunidade para o aprendizado. Por outro lado, a falta de preparo do professor pode contribuir para cerceamento desta criatividade.
A partir destas considerações, podemos afirmar que, não obstante, de pertencerem a um sistema de ensino engessado, com poucos recursos financeiros e pedagógicos, muitas escolas têm feito à diferença na educação de nosso país. Também vamos encontrar um grande número de professores por esse Brasil afora que, por meio de práticas simples, apesar do descaso a que estão submetidos, também tem feito a diferença na educação de nosso país. Neste sentido, por este Brasil afora também vamos encontrar inúmeras pessoas que, através da escola, por meio da educação, tornaram-se pessoas de bem, cidadãos plenos, anônimos e desconhecidos que fazem a diferença onde vivem e onde atuam.
Waldemir
Às vezes me incomoda um pouco o discurso repetitivo atual de que "a escola tem culpa de...". Já se ouviu esta mesma ladainha antes, trocando-se "escola" por "pais", por "revolução sexual", por "mulheres que trabalham fora de casa", por "famílias desestruturadas", por "homossexualismo", por "globalização do mundo", e por aí vai...
ResponderExcluirA má escola e os maus professores, sem dúvida, aqueles que vêm nos alunos a razão das suas frustrações e das suas vidas miseráveis, com certeza "têm culpa" por transmitir aos alunos a pequenez dos seus sonhos.
Mas dizer que apenas a escola nova faz bem ao aluno, no mínimo me entristece pela pobreza da análise.
E que escola estamos falando, então? Daquelas que se apressam em introduzir a tecnologia nos seus métodos de ensino e substituir professores que não a cultuam, sob o pretexto de que os alunos o superarão no uso destes recursos?
Mas o que é, então, ensinar? O que é impressionar um aluno a ponto de que ele deseje a proximidade de um professor, com o desejo inconsciente de se tornar igual a ele? É apenas ser perito em métodos?
Aliás, qual o conceito de criatividade que a nossa moderna sociedade elege? Mais: como despertá-la e desenvolvê-la?
Certamente não é mais juntar sucata e construir com ela prédios e carros e bonecos para usá-los, com os olhinhos das crianças à volta brilhando...
Mas brincadeiras modernas, métodos novos, aparelhagem sofisticada, são as únicas formas de despertar a criatividade, seja em crianças, seja em adultos?
Mas é claro que não!
Que a prova fique para ser dada por todos os nossos professores tão mal vistos e pelas nossas escolas tão mal faladas por alguns teóricos, que dentro dos seus limites, preparam alunos que enfrentam a vida com os recursos necessários...
O ponto crucial do palestrante foi a criatividade que deve ser explorada nos alunos, desde a educação infantil e que tem sido perdida ao longo dos anos. Na verdade ela é explorada muito mais nesta etapa do que no ensino médio ou superior. A diferença da abordagem dos conteúdos para as faixas diferentes de idade pode estar na construção do currículo. Como já foi discutido, o currículo não é simplesmente um conceito, mas sim uma construção cultural. Mesmo sendo bem estabelecido através de âmbitos diversos: didáticos, políticos, administrativos, econômicos, o currículo também encobre crenças, valores e culturas que também contribuem para a sua teorização. Aqui podemos destacar, o papel do professor como o responsável para explorar no aluno, o que ele tem de melhor, e estimular a sua criatividade.
ResponderExcluirTambém, podemos definir currículo como o guia da experiência que o aluno obtém na escola, e como o conjunto de responsabilidades da escola para promover uma série de experiências. Dentro de tais experiências, podem estar as aulas, atividades, debates, discussões, e metodologias diversas que contribuem para a exploração da criatividade do aluno. Além disso, a escola como um todo e em suas extensões, fora da sala de aula, como o horário do recreio, a reunião com os pais, feiras de conhecimento e dentre outras atividades, podem explorar isto no aluno.
O currículo pode ainda ser definido como conteúdos da educação, como plano ou propostas, com objetivos claros. Mas se confundimos objetivos claros com objetivos fechados e imutáveis, qual papel nós estamos exercendo? Educar vai além de alfabetizar, ensinar matemática e ciências. Como o palestrante diz: por que não ensinar dança nas escolas? Estendo ainda para o ensino de teatro, música, pintura e outras coisas. Enfim, a escola e o currículo devem dar espaço para isto.
Se o currículo tem sua forma de padronizar o ensino, o professor acaba também por padronizar sua aula. Se nós queremos explorar a criatividade de nossos alunos, exploremos primeiro nossa criatividade. Podemos até errar, mas o erro maior é não tentar. Pois como destacou o palestrante, ao errarmos somos criativos.
Ken Robinson faz algumas observações muito interessantes sobre o currículo da educação escolarizada da sociedade atual que segundo ele apresenta a mesma estrutura valorativa nas áreas do conhecimento em vários países do mundo. Essa estrutura seria a língua e a matemática no topo, os conhecimentos sociais e científicos no meio e as artes no fim. Tal disposição evidência a supervalorização de uma área de conhecimento em detrimento de outras. É evidente que o conhecimento deve ser pragmático, funcional e alongar-se no futuro.
ResponderExcluirA estrutura curricular que supervaloriza a língua e a matemática em detrimento das artes fundamenta-se na preocupação da educação escolarizada em formar o ser humano apenas para aplicação do seu potencial produtivo, é na verdade uma aposta na racionalidade como única forma de conhecer e interagir co o mundo .Pedagogicamente, é uma aposta que seleciona, por meio dos desempenhos dos alunos em cada uma delas, quem é inteligente, quem é mais capaz. Essa aposta mantém a perenidade da estrutura curricular praticamente desde o início do século XX e compromete o sucesso escolar e social daquelas pessoas que tem maior domínio sobre outras formas de inteligências ( anestésica, interpessoal, artística, etc ).
A preocupação em garantir uma proposta pedagógica que se alonga na apropriação do futuro não se justifica, argumenta Robinson. A excessiva valorização da inteligência enquanto habilidade cognitivas pautadas pela racionalidade lógica e científica pode ser questionada pela própria incerteza que é o futuro e pela provisoriedade dos conhecimentos científicos. O percurso da evolução histórica e do desenvolvimento científico- tecnológico demonstra que não há verdades absolutas. A verdade é recriada a cada dia para adaptar-se às demandas de cada novo conhecimento.
As consequências dessa supervalorização da língua, da matemática, da ciência e da racionalidade pelo currículo escolar é que o potencial de criatividade do ser humano não é desenvolvido, e de acordo com Ken Robinson “a criatividade é tão importante quanto à alfabetização”. É o potencial de criatividade que permite ao ser humano inovar e renovar as estruturas do seu real. A inteligência humana é dinâmica e interativa, isso permite, por exemplo, que uma dona de casa faça o almoço, preste atenção aos filhos, fale ao telefone, ao mesmo tempo. Centrado apenas na apropriação da língua e da matemática os currículos atuais matam a criatividade e comprometem o potencial de várias pessoas que dominam outros tipos de inteligência. Cria apenas pessoas que tem medo de errar e por isso não se desenvolvem da forma como poderiam.
Paulo Márcio Secundo dos Santos
As apresentações de Ken Robinson me remetem a muitos questionamentos! É clara a influência do currículo em todas as escolas do mundo, seja na classe dominante, seja na classe dominada, com o objetivo de produção e utilitarismo. Acredito ser demasiadamente complicado negar esse estado e não viver nele, no entanto, o que mais me vem em mente é o reconhecimento da possibilidade de vivermos de uma forma que não faça deste objetivo o único. Reconhecer, em primeiro lugar, que existem formas variadas de expressão da capacidade de produzir algo, já seria o primeiro passo. E este reconhecimento só começa a despontar quando percebemos e respeitamos o outro. Pensei nisto, no momento em que , na década de 30, aquele profissional, consultado pela mãe da menina bailarina, após mais de 40 minutos de consulta, foi capaz de percebê-la em alguns minutos de observação, e claro, com bom-senso e respeito foi capaz de uma orientação feliz. Ao mesmo tempo, o próprio palestrante, ao falar sobre o currículo da bailarina, comenta sobre suas produções. Ou seja, como disse no início, acredito que os tempos são esses, de produção sim, porém de várias formas de produção. Aqui, quando fala sobre criatividade, também incorporaria a esta a responsabilidade, e, neste contexto, o papel não só da escola, mas da família e da sociedade, em possibilitar momentos criativos envoltos pelo senso de responsabilidade, respeito e compreensão das possíveis consequências, o que não deve ser comparado com uma criança que pode experimentar tudo. O aprender envolve o errar, mas também o compreender o erro e buscar o acerto. Cabe a todos, não só a escola, a formação de um ser humano mais humano ( acho que colocaria aqui a gentificação), com todos os seus sentidos e percepções capacitados a permitir uma vivência plena, com criatividade e responsabilidade, e acima de tudo, respeito a autonomia do outro.
ResponderExcluirRoseane.
Bem, achei o vídeo muito interessante, e como tudo que é interessante, há sempre pontos a serem discutidos tanto positivamente quanto negativamente.
ResponderExcluirPrimeiramente, Ken Robinson inicia seu discurso "tentando" tratar com humor um ponto crucial e que infelizmente podemos dizer que sentimos na pele: o fato de trabalharmos com educação. Como isso pode ser visto com tamanho desprezo pela sociedade? Não digo apenas da questão salarial, ou pelo fato de que a maioria dos pais acham que seus filhos são de nossas responsabilidades, mas digo pela carga preconceituosa que nossa profissão traz. Quem nunca ouviu um: Nossa! ou senão um simples arregalar de olhos que demonstram decepção quando vc diz: sou professora! Ou até mesmo os mais ousados que soltam: Coitada!Desculpe o termo, mas isso é um SACO! Confesso que tento, mas em alguns momentos acho que o erro realmente está em mim, em ser professora.
Certa vez ouvi de uma infeliz criatura que puxei papo em um onibus a seguinte frase: É díficl a gente escolher o que vai ser não é? Só sei de uma coisa, nunca vou querer ser professora! Acho que só escolhe ser professor que não tem competência pra fazer engenharia, medicina, ou qualquer outra coisa. E claro, para terminar e fechar com chave de ouro ela me olha e diz: Você não acha? O que você faz?
Eu, totalmente perplexa respondi: Sou professora! kkkkkkkk
Hoje soa como engraçado, mas na hora foi um misto de constrangimento, indignação, raiva e ainda ter que pensar como responder a isso com educação, afinal, sou professora e mexo com educação em todos os níveis interpretativos da palavra.
Bem, deixando as lamúrias no que diz respeito a visão "pequena e turva" da maioria da população, outro ponto que Ken Robinson apresenta e que de verdade me irrita é: Como é fácil as pessoas criticarem a escola? Ou seja, a escola não serve pra nada! Sinceramente, isso me deixa furiosa.
Claro que há lacunas a serem preenchidas, vertentes a serem mudadas e melhoradas, erros, como em TODA profissão e ambiente de trabalho, mas por que só a escola recebe críticas?
É muito fácil um "bambambam" que nunca sequer entrou em uma sala de aula escrever textos lindos e maravilhosos dizendo como a escola deveria ser, ou como o professor deve preparar e administrar suas aulas. Papel aceita tudo! Mas a prática é completamente diferente.
Concordo que a educação em muito precisa mudar! Concordo que o professor precisa se empenhar um pouco mais e começar a refletir em que tipo de pessoa pretende formar a partir do que ensina, mas temos muitos professores bons, mesmo dando aulas na forma tradicional que tanto é criticada, e temos péssimos professores que sempre pregam um ensino diferenciado e significativo que não honram seu discurso quando em sala de aula.
Muitas verdades foram sim ditas por Ken Robinson, mas é seu ponto de vista no que diz respeito a educação, como ele mesmo disse, falar de educação é tão dificil quanto falar de religião, time de futebol, etc.
É bom termos cuidado com o que ouvimos, lemos e vemos sempre. Filtrar as informações não é uma tarefa fácil, mas a meu ver, faz-se necessária até mesmo quando dizemos ou ouvimos um bom dia como cumprimento enquanto andamos na rua.
Considero a palestra de Ken Robinson muito provocadora (perturbadora) e, penso eu, com muitas implicações para o sistema educacional. Uma das coisas que me assustou e que eu jamais havia pensado é que, segundo Robinson, em todo lugar do mundo encontra-se hierarquia para as disciplinas: primeiro, matemática e línguas; depois, ciências humanas; e, por fim, artes - sendo que, dentro da própria arte, existe hierarquia. Por que uma disciplina seria mais importante do a outra? Será que, para uma formação cidadã, a matemática seria mais importante do que a arte? Pelo que tenho visto, ambas contribuem igualmente para formação do ser humano. Ao que parece, não somente cometemos o erro de hierarquizar as disciplinas, mas erramos grosseiramente quando promovemos um ensino fortemente conteudista, não permitindo que o aluno faça uso de sua capacidade crítica. Estamos, assim, como afirma Robinson, produzindo indivíduos desprovidos de criatividade. Outro aspecto interessante constante no discurso de Robinson foi sua crítica ao fato de a educação pública ter como objetivo a "produção" de professores universitários. Ora, será que não precisamos de profissionais técnicos como pintores, pedreiros, balconistas? Será que nossa educação pública - e por que não também a privada - não deveria se preocupar mais com a formação de indivíduos com maior consciência de mundo; com maior consciência ambiental; um indivíduo que saiba valorizar o outro; que saiba conviver em meio às diferenças, respeitando o próximo. Será que as escolas não deveriam se preocupar em formar GENTE? Será que a escola não deveria procurar estimular a criatividade do aluno em vez de se ater, como temos observado, ao utilitarismo, ao que será cobrado no vestibular? Acredito que nós educadores, certamente, depois das estimulantes palavras de Robinson, deveremos repensar nossa prática docente, nossa maneira de ministrarmos nossas aulas, de entendermos que ensinarmos determinado conteúdo seja tão importante quanto estimularmos a criatividade do estudante. Creio que deveríamos, a todo custo, formarmos cidadãos com um grau cada vez maior de autonomia, de criticidade, de criatividade.
ResponderExcluirRafael
Quando assisti ao vídeo de Ken Robinson, confesso que senti um pequeno “tapa na cara”. Primeiro porque eu trabalho com educação, e segundo, porque, repensando minha prática de professor, pode ser que eu não valorize tanto a criatividade dos alunos quando tento ensinar Física.
ResponderExcluirA questão é: o que as Ciências exatas querem para a formação humana? Será que não é somente a formação de cientistas ou acadêmicos? O que a Física representa para uma aluna dançarina, como exemplificou Robinson?
Comecei a repensar essa questão porque ainda não consegui responder a seguinte pergunta de alguns alunos: “professor, para que eu vou utilizar isso em minha vida?” Em um primeiro momento, essa pergunta para mim soa como pragmática e utilitarista, mas, afinal, qual a resposta? Tento convencer esses alunos da importância da Física para nossas vidas falando de alguns fenômenos do cotidiano, do vestibular ou do ingresso num curso superior. Isso ainda não é o suficiente para convencê-los (Ainda bem!). Mas quando tento justificar a importância da Física pelo lado dos vestibulares, exame responsável para o ingresso ao ensino superior, isso não surte nenhum efeito nesses alunos. Eles preferem conversar, ficar com o fone de ouvido, não fazer nada de atividades e não dar a mínima importância para uma matéria que eles consideram chata, na verdade, até mesmo eu, devido ao sistema proposto. Então, o que há de errado nesta história? O que há de errado no currículo? O que há de errado em minha prática docente? O que há de errado neste aluno?
Uma resposta que comumente se propaga no professorado relaciona-se à família desestruturada que este aluno possui. Uma família que não transmite uma cultura mínima aceitável para a convivência em sala de aula e que não dá para seu filho uma perspectiva de futuro levando-o a acreditar na importância do estudo. Isso sem dúvida reflete na sala de aula, porém, a questão da educação é muito complexa e não pode ser reduzida à justificacionismos simplistas. Por exemplo, o pai de Shakespeare poderia obrigá-lo a largar sua “pena” para estudar Física e passar de ano. Ou então, os pais da aluna dançarina poderia não ter condições financeiras ou culturais para levarem sua filha em um bom médico (que não fosse do SUS) para detectar seu problema e evitar repetência ou evasão. Não podemos dar respostas simples para perguntas complexas.
Fiquei pensando: como será meu aluno daqui a 30 ou 40 anos? Será que vale a pena ficar batendo tanto na tecla da indisciplina sendo que, às vezes, ela pode estar associada à criatividade do aluno? Indisciplina não no sentido de desrespeito, mas no sentido dele estar querendo me dizer que não agüenta mais este sistema educacional. Curiosamente são os alunos que consideramos mais indisciplinados que extrapolam seus medos e desafiam o professor. Mas porque não levar esses alunos a desafiar os conteúdos de Física? Seria justamente este o desafio do professor: canalizar a criatividade do aluno rompendo com este sistema estabelecido de educação. Quem sabe eu conseguiria dar respostas mais convincentes para os alunos em como relacionar a Física com a vida.
Tadeu Samuel
De forma descontraída e até mesmo, um pouco, irônica o palestrante, Ken Robinson, inicia sua reflexão se referindo ao seu interesse pela educação, que nos remete ao futuro. À um futuro misterioso e sua imprevisibilidade. Nos leva a pensar sobre o que nos espera nos próximos anos. Quais são as nossas expectativas e o que os educandos devem esperar deste futuro. O futuro, como o ditado popular já menciona “à Deus pertence” e não podemos afirmar com exatidão o que irá acontecer nos próximos anos na educação. Embora, algumas entidades se arrisquem a fazer previsões sobre a educação daqui a alguns anos.
ResponderExcluirÉ importante levarmos em consideração alguns aspectos, levantados pelo palestrante, a respeito do “futuro” e as modificações necessárias na educação. São eles: a criatividade humana, a imprevisibilidade do futuro e a capacidade de inovação das crianças. Todos esses aspectos se complementam em conjunto, para que se chegue à conclusão de que a criatividade é tão importante na educação como a alfabetização. E que a criatividade deve ser mais valorizada nos currículos.
É interessante a observação de Ken, quando ele fala sobre o sistema educacional no mundo. Ele diz que: “todo sistema educacional do planeta tem a mesma hierarquia de disciplinas (...) no topo estão a matemática e as línguas, e depois as humanas e por último as artes”. As pessoas estão sendo preparadas apenas para ter habilidades acadêmicas, num processo de extensão do processo de ingresso à universidade e/ou para atender a demanda da industrialização. E isso é muito preocupante, principalmente, do ponto de vista da construção da pessoa humana. Não estão sendo desenvolvidas habilidades que poderiam contribuir de forma significativa com a formação e desenvolvimento do indivíduo. As pessoas estão sendo preparadas para não errar, para estarem sempre corretas e serem vencedoras. E o medo de errar torna as pessoas fechadas para o processo criativo, do que é o novo e inovador.
O currículo tem papel fundamental neste processo de aprendizagem e de criação. As modificações são necessárias, não para um futuro longínquo e sim já para as gerações atuais. A modificação na estrutura dos currículos pode favorecer e estimular o desenvolvimento de novas habilidades, habilidades estas que permitem maior satisfação pessoal.
Lauren